No seu uso original no mundo do Médio Oriente, a palavra prosphoron refere-se, de um modo geral, a qualquer oferenda feita num contexto de veneração ligada ao templo. Com a emergência da Igreja Cristã e da sua insistência em sacríficios não sanguíneos, prosphoro tornou-se uma oferenda de pão com a ênfase colocada em o pão ser levedado. Isto encontra-se em contraste com a prática da Igreja Latina que usa pão não levedado que ultimamente se tornou numa «hóstia» fina.
Duas tradições: russa e grega
Não nos detendo nas questões bastante complexas do ponto de vista teológico da actual feitura e significado atribuído à prosphora, é suficiente afirmar que faz parte integral da vida Ortodoxa. Em princípio, os padres Ortodoxos sabem como prepará-lo e de facto usualmente o elaboram, tendo em vista as Divinas Liturgias que irão celebrar. Pode também acontecer, porém, que esta tarefa seja partilhada entre os membros da comunidade. A este respeito, existem duas tradições: a Russa e a Grega. Para as comunidades que seguem a tradição Russa, cinco ou mais pães são feitos de cada vez. Para aquelas sob a influência das práticas Gregas, um pão é suficiente, sendo que o tamanho depende do número de membros da paróquia ou do mosteiro.
Selado com marcas simbólicas
De qualquer modo, aceita-se que parte da prosphora é usada na consagração eucarística e que a parte sobrante é distribuída pelos fiéis após a Divina Liturgia.
Também se está de acordo em ambas as tradições quanto aos ingredientes: trigo não fermentado (tipo 55), água, sal e fermento. Por fim, é normal que o pão (ou pães), seja selado com marcas simbólicas específicas do culto Cristão Ortodoxo.
Pe. Manuel Sumares, Paróquia de S. Gregório Palamas, Monsul (Braga)
Fonte: AGRI MAGAZINE, Nº 7